27/01/2010

Para se mudar!

A ESTRUTURA


Na Cena 1, a esposa insatisfeita e o ator chegam na capital tocantinense. Na Cena 2, Jerttson é convidado a trabalhar numa Escola de Teatro. Enquanto está animado com a cidade e observa as pessoas, a sua esposa não se adapta e vai tornando infeliz. Envia cartas para Tatá, uma amiga da sua cidade natal. Na Cena 3, as duas mulheres comunicam animadamente através das cartas, enquanto Jertson continua conversando com as pessoas da cidade e a montar trabalhos artísticos. Ele conhece a cidade através de vivências, ela, comenta suas impressões da cidade, através da própria insatisfação pessoal. Na cena 4, é introduzido uma nova personagem. Amélia, uma velha aposentada que considera o teatro como grande vivência a ser experientada pela humanidade, como formação do homem e não simplesmente como entretenimento. Depois de muitos anos, ela entra no seu ateliê que fedia mofo, poeira e guardados. A professora, o ator se conhecem na estréia de um espetáculo, onde um funcionário público corrupto foi convidado a participar. Os três, nesse primeiro encontro relatam como vieram parar naquela cidade. Na cena 5, a velha conhece a esposa de Jerttson e tenta detectar suas idiossincrasias. Tenta contribuir para que ela se entenda . O profissional corrupto, completamente abandonado e só, no meio do vazio e do silêncio. O ator descobre as cartas e percebe que a insatisfação da esposa era por conta do casamento.




" (...) atravessou o jardim, abriu a porta do ateliê. Veio um cheiro de tintas e poeira. Hesitou, mas só por um instante. O som do nome que ainda ecoava nos seus ouvidos a encorajou. Sentia-se ungida e, e pela primeira vez, entrou naquele lugar sem a presença de algum dos filhos. Parada, olhava para todos os lados e um sorriso desenhou seus lábios. Parecia estar confortada. Cantarolando bem baixinho, Amélia perpassou por todos os cantos do ateliê e a cada objeto encontrado o acariciava. Organizou alguns pincéis que estavam espalhados sobre o balcão. Abanou a poeira das telas penduradas na parede. Dirigiu-se a prateleira de pátina creme. Soprou o pó que cobria uma caixa de papelão. Abriu. Inúmeros esboços. (...)"

E.R.O (nov/2006)

Nenhum comentário:

Postar um comentário